Os dias da guerra #5

 É o oitavo dia, dos dias da guerra que vêm aí...

 

- Mais de 9 mil pessoas foram detidas em 42 cidades russas, entre elas Moscovo, São Petersburgo e Irkutsk, em protestos organizados diariamente através das redes sociais, onde se definia a hora e o local das respectivas concentrações.

(coragem: capacidade de agir apesar do medo, do temor e da intimidação)

Conheço muito bem a Rússia. De 2001 a 2009 fui várias vezes a Moscovo, São Petersburgo e à Sibéria, na qualidade de jornalista e como programadora cultural da Associação Europeia para a Criatividade. Em todas as viagens houve sempre o cheiro, a atmosfera, o facto, a circunstância, da representação do medo. O medo, na Rússia, é o motor de uma máquina que a história regista como a sequenciação do genoma tártaro num povo eslavo.

Os russos, sobretudo, os mais jovens, são também eles, protagonistas do protesto, corajosos, aos grupos, mostram a Putin quem são, e que recusam aceitar este desígnio imperial identitário, expresso neste tempo na crueldade da guerra e, na obsessiva perseguição à construção livre dos desígnios históricos do povo ucraniano.

 

( Yelena Osipova - 77 anos) 

 

-Os hospitais e as clínicas obstétricas desceram aos bunkers e, nos pisos destinados ao estacionamento de veículos, engendraram criativamente enfermarias, blocos operatórios, gabinetes médicos, alguns com a dignidade da arquitectura do betão, outros, distribuídos em corredores de paredes gastas pelo abandono.

Terão nascido centenas de bebés nestas condições.




 


 - O tecido económico global, construído pelas grandes marcas, surpreendeu os senhores da guerra, sobretudo, porque na Rússia a elite empresarial desconhece ou, não releva, nas suas organizações, o conceito de responsabilidade social de marca, instrumentos poderosos de narrativas comerciais, e assim, abruptamente, como a disrupção da guerra, começaram a abandonar o país, deixando de operar ou suspendendo remessas:

- Ikea | Volkswagen | BP | Shell | Airbnb | Google | Michelin | Apple | Hérmes

(apenas algumas das 45 grandes empresas)

 

 

 

 

 




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