O meu coração não está confinado!
#6
Não consigo desinchar o
coração daquele dia em que o sopro trouxe a tempestade ventosa
coberta de ar nesta intermitência humana. A intermitência não é
do sopro é de mim. Não é uma interrupção. É um certo vai e vem
que corresponde à natureza do inchasso e lembra o pulsar da
cicatrizaçao. O ranger dos ossos e o ardor queimado da pele
(em substituição)
Essa intermitência, às
vezes louca, dançava,
(eu não sei dançar, não gosto de dançar)
desassossegava
(numa inquieta, quietude)
E parecia agarrar-me
totalmente a si num envolvimento livre
(onde estou)
permanecendo
(na ousadia do quieto
desejo)
Onde não há
confinamento.
Não, o meu coração não
está confinado. Tu inchas o quero do meu coração nessa intermitência assombrosa de ti.
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(Gerhard Richter) |
#tempocovid19- semana 6
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